O que aconteceu na noite dessa Quarta-feira no Morumbi pode ser relatado de várias formas.
Prefiro separar o capítulo final desse duelo entre Botafoguenses e Corinthianos por personagens.
Quem acompanhou meu último texto, postado após a vitória do Timão no final de semana contra o ABC, viu que toda a torcida percebeu que a cabeça do elenco estava voltada para esse jogo.
Com muitos desfalques (e, por incrível que pareça: COMO FEZ FALTA O LULINHA!!!), o time contava com um apoio fundamental, primeiro personagem da batalha: sua torcida! Esse era o décimo segundo jogador, aquele que suspensão nenhuma conseguirá separá-la do time. Eram mais de 62 mil empurrando o time, sem parar, sem parar, sem parar...
Num primeiro tempo sem gols, parecia que nenhum personagem apareceria para assumir o jogo. Mano Menezes foi expulso no intervalo, após ter invadido o campo. Além do treinador corinthiano e do juiz (aquele que decidiu deixar o bom senso em casa e mandar injustamente Mano para as tribunas), dois personagens surgiram discretamente até a hora das duas equipes irem para o vestiário. Primeiramente, Zé Carlos, reserva do Botafogo, aqueceu bastante, conversou muito com Cuca e ... voltou para o banco.
E, já depois dos primeiros 45 minutos terem sido disputados e posteriormente ao empurra-empurra que marcou o fim da primeira etapa, o atacante do time carioca Jorge Henrique dá uma declaração emblemática à um repórter de campo: "O time deles só sabe bater! Mas nós vamos eliminá-los no final". Vamos guardar esses dois para o fim, eles retornarão no desfecho da história.
Acosta saiu do banco para marcar um a zero, após excelente jogada de Herrera, que dessa vez não marcou, mas foi igualmente decisivo. Seriam esses os heróis? Não, pois esse episódio envolvendo os dois alvinegros estava apenas começando.
Dois minutos após a euforia, o silêncio. Os visitantes balançaram a rede após uma falha enorme daquele que já foi o "melhor goleiro do Brasil", que agora passava a ser sério candidato a vilão. Com o empate do Botafogo, o Corinthians necessitava marcar mais dos gols para avançar à final. Com o gol de falta de Chicão, que mais uma vez foi o símbolo da raça corinthiana, o mesmo resultado do jogo de ida se repetia. Sem mudança no placar até o apito final do juiz, a decisão se encaminhou para os pênaltis, que sempre será algo muito propício para o aparecimento repentino de heróis e vilões.
Após nove cobranças, o Corinthians vencia por 5 a 4 e Zé Carlos, jogador que finalmente havia entrado em campo, foi para a cobrança decisiva. E aquele que até outro dia era o "melhor goleiro do Brasil", mas que na mesma noite passou por "maior frangueiro da história do Corinthians", defendeu a cobrança daquele que quase não entrou em campo, e que certamente deve ter se arrependido de ter entrado.
Festa dos corinthianos, choro, mais uma vez, dos botafoguenses. E os cariocas perderam a vaga na final para aquele time que só sabe bater e que seria eliminado no fim da noite. Quanta confusão. Talvez Jorge Henrique possa explicar o raciocínio que ele brilhantemente havia feito no intervalo.
A final será contra o Sport. Será mais uma longa batalha, muito maior do que os 180 minutos dos dois jogos. Sem favoritismo, o time encontrará Nelsinho Baptista, técnico que caiu com a equipe no ano passado.
Independentemente do que possa acontecer, o corinthiano finalmente volta a sorrir. Há muito que o bando de loco não tinha contato com algo tão grande. E a quem eles vão agradecer? Felipe! Aquele que quase visitou o inferno, mas que passará a noite de quarta-feira no paraíso.
Luis Diogo - Corintiano, apaixonado por esportes e colaborador oficial do Esporte Favorito.
luis_had@hotmail.com
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