O Corinthians jogou nesse Sábado com a cabeça na Quarta-feira. Entrou em campo para enfrentar o ABC de Natal um time misto, com alguns jogadores poupados dando lugares à alguns que precisavam adquirir um pouco mais de ritmo de jogo. Diferentemente dos dois primeiros jogos, o Timão sentiu o fato de jogar fora de casa, pois a torcida do adversário é muito fanática pelo seu time, que subiu para a Série B no ano passado, tendo vencido 15 dos 16 jogos que disputaram em seus domínios. Para resumir isso tudo: pedreira na vida corinthiana, que segue dividida entre Série B e Copa do Brasil.Foi um jogo muito duro, em todos os sentidos da palavra. Do primeiro ao último minuto em que a bola esteve rolando, buzinas, apitos e dezenas de outros objetos de sonoridades irritantes pertubavam o time da capital paulista, que certamente não está acostumado com isso. Trata-se daqueles barulhos que permanecem nos ouvidos das pessoas por um longo período. Mano Menezes, que ficou de pé no lado de fora do campo ouvindo toda essa ingrata sinfonia, não planejava ter essa dor de cabeça extra. Foi duro também fisicamente, com muitas faltas violentas e pegadas excessivamente fortes que acabaram por render alguns cartões amarelos logo nos primeiros minutos de disputa. Mas, acima de tudo, foi um jogo muito duro de assistir.
Era impressionante o número de chutões que as defesas davam para frente, buscando a ligação direta com o ataque, sem fazer a bola passar pelo meio de campo. Ainda no primeiro tempo, Lulinha entrou no lugar de Carlão, modificando o esquema de jogo do Timão, que agora abandonava o 3-5-2 para atuar no 4-4-2, esquema em que vonha jogando nas últimas partidas. Além de Lulinha, Carlos Alberto e André Santos foram outros titulares que começaram a partida no banco. A intenção de Mano era entrosar a equipe para o jogo de Quarta-feira pela Copa do Brasil, partida a qual esses jogadores não poderão atuar por estarem suspensos. Mas, com a dificuldade do jogo, foram entrando ao decorrer da partida.
O jogo caminhava para um empate. Nenhuma das duas equipes conseguia apresentar evolução alguma. Algumas chances foram criadas, algumas até mesmo com um certo perigo, mas nenhuma capaz de alterar o placar. Até que Douglas, talvez o único jogador diferenciado em campo, pegou a bola, driblou a defesa adversária e chutou da entrada da área no canto esquerdo do goleiro.
O Corinthians conquistou uma magra vitória em uma partida de baixíssimo nível técnico. Indício de que a classificação para a elite do futebol brasileiro será fácil? Na teoria sim, na prática nunca se sabe. Na Série B, ao que tudo indica, o time conquistará o acesso e dificilmente perderá pontos jogando dentro de casa.
Mas o que preocupa o torcedor, em um pensamento a curto prazo, é a próxima partida, a decisão de Quarta-feira. Mais de 58 mil ingressos já foram vendidos para a partida de volta da semifinal da Copa do Brasil. O Botafogo não é o ABC, e tem a vantagem do empate. A torcida fará seu papel, transformando o Morumbi, casa do São Paulo, em um caldeirão corinthiano. Jogando o que jogou na partida de hoje, não classifica. Os desfalques preocupam também. Mas, como no Corinthians tudo é mais difícil, mais sofrido e mais emocionante, os bandos de loucos preferem esperar para ver.
Luis Diogo - Corintiano, apaixonado por esportes e colaborador oficial do Esporte Favorito.
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