quinta-feira, 26 de junho de 2008

Tricolor amarelo !


Decepcionado! Assim se sentiu o torcedor do Fluminense no dia que era para ser o mais feliz da história do clube. Na primeira partida da final da Copa Libertadores, disputada na noite desta quarta-feira, o tricolor das Laranjeiras foi massacrado pela Liga Deportiva Universitária (LDU) por 4 a 2, em partida disputada no Estádio Casa Blanca, em Quito, no Equador.

Com a derrota, o Fluminense terá de vencer por três gols de diferença no segundo jogo da final, no dia 2 de julho, próxima quarta-feira, no Maracanã - vale lembrar que na final da Libertadores o critério do gol fora de casa não prevalece como desempate. Todos os ingressos para este duelo já foram comercializados.

Com 106 anos de vida, o Fluminense jamais conquistou a Copa Libertadores. No Rio, Flamengo (1981) e Vasco (1998) já levantaram este título. As partidas contra a LDU são as mais importantes na história do tricolor carioca - A LDU também nunca venceu uma Libertadores. Se ganhar, será o primeiro clube equatoriano a conquistar o troféu.

Por ser uma final inédita, mais de 55 mil torcedores lotaram o Casa Blanca. A LDU prometeu sufocar o Fluminense desde o início. E o clube brasileiro, com apenas Washington no ataque, entrou nervoso em campo. Mesmo poupando o time nos jogos do Brasileirão, o técnico Renato Gaúcho não conseguiu montar um esquema capaz de parar os equatorianos.

Logo no primeiro minuto de partida, Guerrón cruzou na área do Fluminense. O atacante Bieler se antecipou à marcação do zagueiro Thiago Silva e desviou para o fundo das redes de Fernando Henrique. O Casa Blanca se transformou num caldeirão com a festa dos torcedores equatorianos, que espalharam faixas e sinalizadores pelas arquibancadas.

Curiosamente, o gol no início não desestabilizou os jogadores do Fluminense. O time foi para cima e conseguiu o empate dez minutos depois. Urrutia fez falta em Thiago Neves. O argentino Dário Conca, mesmo com a bola longe da área, foi para a cobrança. E ele bateu com maestria, no ângulo do goleiro Cevallos.

A principal jogada da LDU em todo o confronto foi os cruzamentos. E as bolas alçadas derrubaram a defesa do Fluminense. Aos 28 minutos, Luiz Alberto fez falta em Bolaños. Manso cobrou e o goleiro Fernando Henrique defendeu. No rebote, Guerrón não perdoou e colocou o time equatoriano novamente à frente do marcador.

O Fluminense pareceu ter sentido o efeito da altitude de 2.850 metros de Quito. O time simplesmente travou depois do segundo gol equatoriano. Os zagueiros Luiz Alberto e Thiago Silva não souberam se posicionar e Gabriel e Junior Cesar mostraram ineficiência na cobertura das laterais. O resultado foi catastrófico.

Aos 32 minutos, Campos se antecipou à defesa do Fluminense, após cobrança de escanteio, e desviou de cabeça para o fundo do gol.

À beira do campo, Renato Gaúcho se desesperou, mas não fez nenhuma mudança. Ele decidiu esperar o final do primeiro tempo para conversar com os jogadores. E o treinador se deu mal. Aos 45, Washington falhou ao tentar afastar uma bola em cobrança de escanteio. Urrutia, livre, quase em cima da linha, desviou e marcou o quarto da LDU.

Depois do massacre equatoriano no primeiro tempo, a expectativa era que o Fluminense sofresse uma pressão ainda maior na etapa final. Mas isso não aconteceu. A LDU até que voltou a assustar nos primeiros cinco minutos com cruzamentos na área. Mas foi o time brasileiro que conseguiu balançar a rede.

Após bela troca de passes no meio-campo, o Fluminense chegou ao segundo gol com uma cabeçada de Thiago Neves, em cruzamento de Gabriel, aos seis minutos. O gol, de certa forma, assustou a LDU, que preferiu diminuir o ritmo e segurar o marcador - até os torcedores, que gritaram "olé" em boa parte do primeiro tempo, se calaram.

Renato Gaúcho tentou dar uma nova dinâmica ao Fluminense ao tirar Arouca e Washington para colocar Maurício e Dodô, respectivamente. O time conseguiu anular as descidas dos laterais equatorianos, porém não teve forças para chegar ao terceiro gol - o Flu ainda escapou de levar o quinto, após chute na trave de Urrutia, aos 43 minutos.

Agora, o Fluminense aposta tudo no jogo de volta no Maracanã, que definirá o ano do clube. Se reverter o placar, o tricolor não só ganhará a Libertadores, como irá para o Mundial da Fifa, em dezembro. Se perder, a situação nas Laranjeiras ficará complicada, já que o clube perdeu pontos importantes no Brasileirão e dificilmente conseguirá brigar pelo título deste torneio.

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