Com uma mão na taça!

O Morumbi foi ontem, mais uma vez, a casa do Corinthians. Mais um recorde de público foi atingido pela torcida do Timão: mais de 64 mil fiéis. Era o cenário perfeito para receber uma final de uma competição como a Copa do Brasil.

Em campo, Alessandro entrou na vaga de Lulinha, que não foi relacionado para a partida ainda devido ao incidente do último final de semana, quando se chocou com um portão de acesso aos vestiários do Pacaembú. E o camisa 5, que ficou fora de boa parte da campanha por estar machucado, entrou ligadíssimo em campo, articulando muito bem as jogadas ofensivas e, ao mesmo tmepo, não se descuidando um minuto sequer na marcação.

Esse era o espírito não só de Alessandro, mas de todo o time. Logo no início de jogo, o time mostrava muito domínio do jogo e pressionava muito o time pernambucano. Antes dos 20 minutos, Dentinho fez um gol chorado, sofrido, tipicamente corinthiano. Cinco minutos depois, foi a vez de André Santos puxar um rápido contra-ataque, que passou pelos pés de Dentinho, pelo corta-luz de Diogo Rincon e que terminou na finalização de Herrera. O argentino, como não poderia ser diferente, foi a alma corinthiana no jogo, assimilando rapidamente aquilo que um jogador precisa ter para disputar uma final. E foi assim que se aproveitou de um cochilo do goleiro Magrão para roubar a bola de seus pés, mas uma patinada não o deixou concluir a jogada.

No segundo tempo, o Sport pressionou, mas a partir do momento que o Corinthians botou a boola no chão, o equilíbrio da partida voltava ao normal. E uma jogada, que tem se tornado cada vez mais frequente nas atuações do Timão na Copa do Brasil desse ano, entre Herrera e Acosta resultou no terceiro gol.

O gol de Enílton no final do jogo deu um susto nos corinthianos... e um monte de esperança apra aqueles que torcem contra. Afinal, o que tem se falado entre aqueles que assumem a preferência pelo time pernambucano é que o gol marcado nos minutos finais pode ter sido o "gol do título". E foi assim mesmo que Carlinhos Bala classificou o gol do companheiro.

Ao longo da campanha desse ano na competição, o Sport merece muito respeito atuando na Ilha do Retiro. Mas, apegando-se aos fatos, constatamos que o Palmeiras e o Internacional foram sim eliminados no "La Bombonera Pernambucana", mas conseguiram fazer um gol. O Corinthians tme uma boa vantagem e o gol sofrido no final pode até ter sido uma coisa positiva, para não deixar o clima de euforia tomar conta de vez, para a luz amarela permanecer acesa.

É bom tomar cuidado, e todo corinthiano sabe que num tem nada ganho. Mas é bom também perceber que agora se trata da final, do último jogo da decisão. O Sport é perigoso, mas o Corinthians também provou sua força nos últimos jogos. Com dois a zero, o time pernambucano comemora o título, mas quem falou que vai ser esse resultado? Quem disse que o Corinthians num vai marcar nenhum gol? Ninguém se lembra que, desde o começo do ano, o Corinthians tem na sua defesa um de seus pontos mais fortes?

É bom lembrar que em 1995, o Corinthians venceu o Grêmio por 2 a 1 na primeira partida da final, em São Paulo. Muita gente cravava: "Agora, no Olímpico, o Grêmio conquista o título". Mas, ao contrário do que a maioria pensou, o Timão venceu por 1 a 0. Para pegar um exemplo contrário: em 2001, os dois times se enfrentaram novamente na final da competição, mas dessa vez, com a inversão dos mandos. No primeiro duelo, um empate por 2 a 2 no Sul deixou muita gente com a certeza de que o título ficaria no Parque São Jorge. Mas o time gaúcho veio a São Paulo e venceu por 3 a 1. São exemplos como esses que mostram que muitas das máximas do futebol criadas por aí podem não ter o mínimo fundamento.

Quarta-feira que vem, nem todas essas respostas serão respondidas. Mas a definição de quem será o campeão vai botar um ponto final em boa parte da discussão. Seja o Corinthians ou seja o Sport, semana que vem nos reserva uma quarta-feira muito emocionante.